Revelando-se em histórias, sensações, entidades e lugares, as Negras Crioulas da Bahia se movimentam, mulheres que conduziram formações importantes durante os séculos XVIII e XIX. Estar na Bahia pela primeira vez no andamento dessa pesquisa me fez entender a importância do resgate e de se permitir ouvir e sentir as evidências.
Uma cidade única, que em seu dia a dia conta histórias em portais de existência, resistência e sub-existência, é como se entretida a sua expansão territorial eu me comunica-se por linguagens ocultas de alegria, devoção e dor.
Atentar-me aos detalhes fez com que eu entendesse a pesquisa e sua importância como uma revelação, pois não estou aqui para reparar uma história mentirosa já contada, mas sim para me permitir que narrativas se revelem fazendo nascer uma história ignorada e excluída por falta de sensibilidade e preocupações realmente com os fatos nela presente…
Desmistificar a importância desses corpos transitórios pelas cidades da Bahia, traz a sociedade negra a referência de ícones de sublime significância que carregaram em suas transcendência africanas, construções de luta, organização e coletividade, fazendo-nos entender a necessidade de quebrar os paradigmas eurocentrados implantados durante a colonização.
Ir na Bahia me fez entender o pode de existir, o que durante as revelações dessa pesquisa viram figuras que começaram a ganhar nome, onde ser e estar assume um papel fundamental, de entender que realmente nunca se houve preocupação quando se falaram de suas joias.
A possibilidade de sentir minha pesquisa na Bahia me colocou em conexões diversas, foi unir universos que me abriram caminhos. Todas as revelações deram especificidades ao sentimento que cada pessoa é única e que sua identidade é extremamente importante. Lógico que dentre as milhares das Negras Crioulas existentes seja provável que não serei eu a revelar todas, mas que todas que por mim passarem não poderei deixar no anonimato…
Ah Bahia aí voltarei, pois meu trabalho só começou!